
SINOPSE
«A Humanidade está a morrer. Grande parte da população vive em ambiente selvagem como animais psicóticos, destruídos por uma doença aparentemente incurável. J. J. Berger e a sua Equipa Sombra defendem sem tréguas os últimos resquícios da Democracia e da Civilização, ameaçados por forças totalitárias vindas do Leste – estará a sua causa perdida? Nas planícies do sul da Península Ibérica surge uma centelha de esperança quando uma menina e a sua mãe escapam aos brutais captores em direcção ao frágil veio de civilização que ainda se mantém a oeste. Berger e a sua equipa de Forças Especiais irão combater gangues organizados, hordas de doentes e misteriosos bombistas suicidas. Mas talvez a pequena Laura e a sua mãe tragam as respostas que tanto têm procurado.»
CRÍTICA
(Disclaimer: a versão adquirida, lida e de que aqui se faz a resenha, é a versão em inglês, dividida em dois volumes, disponível na Amazon em https://amzn.to/3qWnREM sendo que a edição em português foi lançada num único volume pela Editorial Divergência a 7 de Novembro de 2021.)
Em Laura e o Rei das Sombras, um thriller de ficção científica de vertente militarista, somos transportados para um mundo pós-Colapso, onde uma doença transforma os seres humanos em «animais» psicóticos, ao mesmo tempo que uma guerra por território e recursos opõe dois blocos inimigos, trazendo ainda mais devastação ao quotidiano dos sobreviventes. Ao longo da narrativa, seguimos as operações da Equipa Sombra, liderada por J.J. Berger, a.k.a. o Rei, e a fuga desesperada Europa fora de uma mãe, Maria, e da sua filha, Laura, desenrolando-se a acção entre Espanha e Portugal.
Logo no início, o autor fornece-nos um glossário, já que os membros da Equipa Sombra comunicam entre si fazendo uso de jargão militar em abundância, o qual talvez não faça muita falta a quem está habituado a este tipo de ficção, mas que facilita bastante a leitura aos demais. Ainda assim, à medida que nos embrenhamos na história, as consultas ao glossário tornam-se mais esporádicas.
A caracterização dos «infectados» mais como primatas agressivos do que propriamente mortos-vivos, pese embora as muitas semelhanças, é apenas um entre muitos detalhes que torna esta obra diferente. O relacionamento terno entre a mãe e a filha, bem como os laços de camaradagem entre os operacionais, são-nos apresentados de forma credível e subtil.
As descrições dos intensos combates entre as facções inimigas, especialmente no clímax, são tão vívidas e pormenorizadas que podem, suspeito, causar Stress Pós-Traumático a quem não esteja habituado a ler este tipo de histórias, e flashbacks a quem tenha passado por este tipo de situações.
António Bizarro
SOBRE O AUTOR
Bruno Martins Soares ganhou o Prémio Nacional de Jovens Criadores na vertente de Literatura, tendo representado Portugal na Feira de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo em Turim em 1997, com o seu conto Mindsweeper. A partir de 2009, começou a publicar a trilogia A Saga de Alex 9 pela editora Saída de Emergência. Entretanto, já publicou vários outros livros e contos, tanto em português como em inglês, incluindo o romance A Batalha da Escuridão, publicado pela Editorial Divergência e vencedor do Grande Prémio Adamastor do Fantástico 2019.
Em 2013, co-escreveu e co-produziu a longa-metragem Regret, da produtora Castaway Entertainment, com distribuição nos E.U.A. e Canadá. Entre 2015 e 2021, escreveu e co-escreveu vários argumentos produzidos para televisão, cinema e animação.
Foi formador de Escrita Narrativa e Escrita de Argumentos em várias escolas como a Act4All e a Restart. Como jornalista, escreveu para o Diário de Notícias, para a Ideias & Negócios, foi correspondente em Portugal da Janes Defense Weekly, a maior revista do mundo de defesa militar, e já colaborou com The Washington Post.
Um pensamento sobre “Laura e o Rei das Sombras / Bruno Martins Soares”