Um Anjo Pela Metade / Humberto Duarte

SINOPSE

Será a memória a matriz aglutinadora de uma vida?
E quem não a tiver? Será que viveu de verdade ou limitou-se a passar por entre as nuvens que tudo envolvem e tudo apagam?

Tomé é um ex-estudante português de História da Arte a viver em Paris as remanescências de um sonho desfeito. Longe das suas raízes e de referências afectivas, dá por si encarcerado nos meandros obscuros do álcool, da amnésia e da solidão, e a levar uma existência dupla, repartida entre a crítica musical para um jornal francês e o envolvimento numa estranha organização de assassinos contratados.
Confrontado com uma sequência de eventos inesperados, vê-se arrastado na demanda do seu passado esquecido, de um amor improvável, da redenção, mas sobretudo de si próprio.

CRÍTICA

Em ‘Um Anjo pela Metade’, somos levados por Humberto Duarte, qual Virgílio, por um purgatório de amnésia selectiva, memórias fragmentadas e vapores etílicos. Este livro não é um page turner, no bom sentido; e se nos parece um pouco arrastado nas primeiras cem páginas, quase como se as inúmeras vodkas, margaritas, gin tónicos e whiskeys estivessem a ser consumidos por nós, o leitor, ao invés de Tomé, o protagonista, tudo acaba por fazer sentido quando a trama se começa a revelar. Prova, também, de que não estamos perante um thriller corriqueiro são os capítulos enquadrados por citações de Rimbaud, Henry Miller, Borges, Anthony Burgess, Aquilino Ribeiro e Jorge de Sena, enquanto as deambulações pelo bas-fond de Paris, as nossas e as de Tomé, são embaladas pelos sons dos Tindersticks, Radiohead, Tortoise e Tom Waits. Um livro de difícil leitura, pelas revelações dolorosas com que somos confrontados, nas doses certas, mas imensamente satisfatória.

António Bizarro

SOBRE O AUTOR

Nasceu numa aldeia perto de Abrantes, mas, até à aventura universitária, viveu em Ponte de Sôr, onde criou as suas raízes. Licenciou-se em Geologia pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, cidade onde viveu cerca de dez agitados anos. Foi autor e locutor de programas de rádio durante mais de uma década e partilha de forma quase febril o gosto pelos livros, pela música e pelo cinema.
Apesar de gostar de escrever desde os primeiros anos de plena consciência, só nos últimos tempos se aventurou na escrita de forma mais efectiva, inicialmente com pequenos contos “caseiros”, que ainda não saíram das profundezas do disco rígido do computador, e só depois a primeira experiência no formato romance.
Um Anjo Pela Metade, desenvolvido ao longo de cinco intermitentes anos, é o seu primeiro trabalho editado.
Actualmente, é professor do ensino básico e secundário, tem dois filhos e vive em Santarém.

Compre o livro em https://bit.ly/2ud6cxl.

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