Quem disser o contrário é porque tem razão / Mário de Carvalho

SINOPSE

Ser escritor. O texto ficcional. Dilemas, enigmas e perplexidades do ofício. No vale das contrariedades. Nada do que parece é. O «assertivismo» é um charlatanismo. A valsa dança-se aos pares: escrita e leitura, autor e leitor, personagem e acção, causalidade e verosimilhança, contar e mostrar, o dentro e o fora, a superfície e o fundo. O bico-de-obra do primeiro livro. Por onde começar? Com que começar? Com quem começar? A manutenção do interesse. Não há regra sem senão; não há bela sem razão. Ou o oposto. Riscos, cautelas e relutâncias.

CRÍTICA

Este bem-humorado e acessível livro do mestre Mário de Carvalho é, como apregoa a sua capa, um guia prático de escrita de ficção, mas não só; é também um interessante guia de leitura – ou leituras – e destina-se tanto a escritores, ou aspirantes a, como a leitores dispostos a ler melhor. Socorrendo-se de exemplos da literatura universal, de Saramago a Shakespeare, passando por Machado de Assis, os clássicos gregos e Jorge Luís Borges, Mário de Carvalho explica conceitos como o cliffhanging, o pacto ficcional, a suspensão da descrença ou deus ex machina, listando as regras essenciais para uma escrita segura, ao mesmo tempo que mostra o modo como certos autores quebram essas mesmas regras com genialidade e engenho. No final é citado o Gargântua, de Rabelais, cuja utópica Abadia de Thélème ostenta o lema «Fay ce que voudras» (que inspiraria Aleister Crowley e o seu «Do what thou wilt»): faz o que quiseres. Pois «não há regra sem senão; não há bela sem razão. Ou o oposto.»

António Bizarro

SOBRE O AUTOR

Mário de Carvalho nasceu em Lisboa em 1944. Licenciou-se em Direito e viu o serviço militar interrompido pela prisão. Desde muito cedo ligado aos meios da resistência contra o salazarismo, foi condenado a dois anos de cadeia, tendo de se exilar após cumprir a maior parte da pena. Depois da Revolução dos Cravos, em que se envolveu intensamente, exerceu advocacia em Lisboa. O seu primeiro livro, Contos da Sétima Esfera, causou surpresa pelo inesperado da abordagem ficcional e pela peculiar atmosfera, entre o maravilhoso e o fantástico.
Desde então, tem praticado diversos géneros literários – romance, novela, conto, ensaio e teatro –, percorrendo várias épocas e ambientes, sempre em edições sucessivas. Utiliza uma multiforme mudança de registos, que tanto pode moldar uma narrativa histórica como um romance de actualidade; um tema dolente e sombrio como uma sátira viva e certeira; uma escrita cadenciada e medida como a pulsão duma prosa endiabrada e surpreendente.
Nas diversas modalidades de Romance, Conto e Teatro, foram atribuídos a Mário de Carvalho os prémios literários portugueses mais prestigiados (designadamente os Grandes Prémios de Romance, Conto e Teatro da APE, o prémio do Pen Clube e o prémio internacional Pégaso). Os seus livros encontram-se traduzidos em várias línguas.
Obras como Os AlferesA Inaudita Guerra da Avenida Gago CoutinhoUm Deus Passeando pela Brisa da TardeO Varandim seguido de Ocaso em CarvangelA Liberdade de Pátio ou Ronda das Mil Belas em Frol são a comprovação dessa extrema versatilidade.

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